Reforma profunda na Argentina: Milei anuncia medidas para combater privilégios e corrupção

Presidente propõe pacote 'anticasta' no Congresso para eliminar benefícios políticos, reduzir influência sindical e barrar candidatos corruptos

O presidente argentino, Javier Milei, surpreendeu o país ao anunciar um ambicioso pacote de leis, denominado 'anticasta', visando a eliminação de privilégios da classe política, a redução do poder dos sindicatos e a prevenção da candidatura de condenados por corrupção. Em um discurso no Parlamento durante a abertura das sessões legislativas de 2024, Milei destacou as principais mudanças propostas.

Segundo o presidente, o pacote inclui a revogação das pensões de privilégio para presidentes e vice-presidentes, estendendo-se inclusive à sua futura aposentadoria. Uma medida que visa simbolizar a quebra de tradições e a busca por uma maior igualdade.

Outra proposta significativa é voltada para os líderes sindicais, com a imposição de eleições periódicas, livres e supervisionadas pela justiça eleitoral. Milei argumenta que isso trará mais transparência e evitará lideranças sindicais no poder por períodos prolongados sem controle adequado.

Além disso, o presidente destacou a introdução da chamada "ficha limpa", inspirada no modelo brasileiro, que impedirá condenados por corrupção em segunda instância de se candidatarem em eleições. Milei ainda propôs a perda automática de benefícios para ex-funcionários públicos condenados por corrupção.

Outras mudanças envolvem a redução drástica do número de assessores que deputados e senadores podem contratar, visando eliminar práticas que consomem recursos públicos. O presidente também anunciou a eliminação do financiamento público de partidos políticos, promovendo uma busca por contribuições voluntárias.

Contudo, a proposta que pode gerar maior polêmica é a penalização de autoridades que aprovarem orçamentos financiados com emissão monetária sem respaldo, uma prática que Milei considera "insustentável e moralmente criminosa".

Para concluir, Milei confirmou o fechamento da Agência de Notícias Télam, a agência oficial do Estado argentino, como parte de sua estratégia de reduzir despesas governamentais.

Este anúncio ambicioso visa não apenas enfrentar questões estruturais profundas na Argentina, mas também estabelecer um novo contrato social, denominado 'Pacto de Maio', que Milei espera assinar com governadores e líderes políticos em uma cerimônia marcada para 25 de maio, simbolizando um compromisso com os princípios de prosperidade para o país.