Mega-Campanha Russa de desinformação contra o presidente ucraniano Zelenskyy

Mais de 100 documentos revelam detalhes da ofensiva de Putin para minar a imagem do líder ucraniano e gerar discordância no país.

Mais de 100 documentos recentemente divulgados pelo The Washington Post revelam os persistentes esforços do Kremlin para minar a imagem do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy. Nos documentos, fica evidente a extensa campanha de desinformação conduzida pelo regime de Putin, visando gerar discórdia entre os ucranianos e minar a popularidade de Zelenskyy, que vem diminuindo desde dezembro de 2022.

De acordo com um oficial não identificado de Vladimir Putin, tanto Zelenskyy quanto a estrela de Hollywood Brad Pitt são figuras globais cuja imagem é considerada "intocável". Os documentos destacam a estratégia russa de usar redes sociais e mídia para propagar a mensagem de que Zelenskyy é "histérico e fraco".

A campanha multifacetada delineada pelo Kremlin tem quatro objetivos-chave: descredibilizar a liderança de Kiev, fragmentar a elite ucraniana, desmoralizar as tropas ucranianas e desorientar a população. A infiltração nas redes sociais ucranianas, especialmente no Telegram, foi priorizada, buscando ser sutil e evitar propaganda pró-russa óbvia.

As estratégias incluíram a criação de milhares de publicações e artigos fabricados para disseminar desinformação sobre Zelenskyy. O plano envolveu até mesmo a clonagem de sites de mídia e do governo ucraniano. Um exemplo de sucesso foi a narrativa sobre a demissão do General Valery Zaluzhny, retratando-a como sinal de fraqueza, o que impactou a confiança pública em seu sucessor.

A recente investida da campanha de desinformação russa envolve o uso da tecnologia deepfake. A Ucrânia tem enfrentado essa "segunda guerra" contra a desinformação, identificando campanhas como "Infeção Secundária", que difundia rumores sobre Zelenskyy. A luta contra as fábricas de fake news, as "bot farms", também tem sido uma batalha constante.

Embora a confiança pública em Zelenskyy tenha sofrido uma queda para 62% em dezembro de 2023, a sociedade ucraniana permanece em grande parte unida diante da agressão russa, dois anos após a invasão.