Brasil é mercado promissor para indústria de alimentos saudáveis

Segundo estudo da DUNNHUMBY, empresa especializada em ciência do consumidor, 90% dos brasileiros consideram que a indústria e os varejistas devem liderar o incentivo a um estilo de vida mais saudável.

 

O Brasil é um mercado promissor para a indústria de alimentos saudáveis. De acordo com estudo inédito realizado pela DUNNHUMBY, 90% dos brasileiros acreditam ser importante que os supermercados e a indústria os ajudem a fazer escolhas mais saudáveis, contra 58% e 59% de consumidores com essa opinião nos Estados Unidos e Reino Unido respectivamente.

 

O estudo cruzou informações de pesquisa realizada pela Dunnhumby em 8 países (Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, Malásia, Tailândia, África do Sul, China, República Tcheca e Polônia), com estatísticas do comportamento de compra dos consumidores em 18 nações da América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia.

 

A integração de dados resultou em uma ampla análise e trouxe uma rica perspectiva sobre o comportamento dos brasileiros em relação ao consumo de alimentos saudáveis e sobre as oportunidades para esse mercado que, desde 2009, teve um crescimento de 38% e, em 2014, deve movimentar cerca de 40 bilhões.

 

O estudo mostra que, globalmente, pessoas comprometidas com a saúde destinam 70% de suas compras em supermercados para produtos saudáveis, sendo que, nesses casos, a qualidade do produto importa mais do que o preço. Em comparação com países como Reino Unido e Estados Unidos, o Brasil é o que mais prioriza a qualidade do alimento em detrimento do preço, com 73% da população defendendo essa opinião.

 

Ainda assim, os dados mostram que a indústria e os varejistas precisam aumentar e melhorar seu desempenho nesse setor, já que 52% dos brasileiros acham que não é fácil entender o quão saudável é um produto pela sua informação nutricional na embalagem (item considerado muito importante para a decisão de compra), e 30%consideram não haver uma variedade grande de produtos saudáveis nos locais em que costumam comprar. Nos Estados Unidos e Reino Unido, mercados mais consolidados que o Brasil, esse mesmo número é de 15% e 10%respectivamente.

 

Além disso, ao serem questionados sobre de que maneira a indústria pode ajudá-los a adotar um estilo de vida mais saudável, 93% dos brasileiros disseram querer novos produtos como alternativas mais saudáveis aos que geralmente consomem. Levando em conta que apenas 15% dos produtos encontrados nas gôndolas de supermercados no Brasil são novos - enquanto EUA e Reino Unido tem taxa de inovação de 40 e 50% - a indústria nacional tem nas mãos uma oportunidade única de mercado, com demanda em alta e índices elevados de compra.

 

Ainda de acordo com o estudo, 79% dos brasileiros consideram saúde e nutrição uma prioridade em suas vidas e 89% consideram importante sempre consumir refeições balanceadas. O país ficou à frente dos Estados Unidos e Reino Unido, com 66% e 55% respectivamente, seguindo atrás somente das nações asiáticas, consideradas as mais saudáveis do mundo, de acordo com informações da OMS.

 

Com 19% da população obesa, segundo dados da OMS, o Brasil, assim como os Estados Unidos e Reino Unido (com taxas de 67% e 64% respectivamente), tem como maior preocupação em relação à saúde o excesso de peso (50% apontam essa como uma das maiores preocupações), seguido por colesterol alto (46%), pressão alta (43%) e diabetes (36%).

 

Isso se reflete no número de brasileiros que fizeram dieta para emagrecer nos últimos 6 meses: 39% dos brasileiros fizeram dieta, atrás somente dos tailandeses e malasianos, recordistas com 58% e 60% respectivamente.

 

Além disso, os brasileiros se dizem mais preocupados com a comida que consomem do que outros mercados mais desenvolvidos e, de acordo com dados do estudo, é possível identificar que há uma grande demanda nessa área, já que 58% dos brasileiros afirmam preferir comprar orgânicos quando tem essa opção,80% preferem comprar de produtores locais, 35% evitam alimentos com glúten, 61% evitam transgênicos e 60% checam as informações nutricionais dos alimentos.

 

Em comparação com os Estados Unidos e Reino Unido, o Brasil se mostra um mercado muito mais promissor para a indústria de alimentos saudáveis, como é possível verificar na tabela abaixo:

 

Entre os fatores que dificultam o consumo desses alimentos, 30% dos entrevistados brasileiros afirmam que a falta de tempo para prepará-los é uma barreira;68% gostam de encontrar ideias de refeições e inspirações enquanto estão nos supermercados; 80% consideram que a comida é mais saudável quando preparada em casa e 32% consideram a praticidade mais importante do que o preço. Levando esses dados em consideração, é possível identificar uma demanda por produtos saudáveis mais práticos, de fácil preparação, incluindo refeições completas e balanceadas.

 

Além disso, 94% querem que a indústria forneça informação sobre o quão saudável é o alimento que está comprando; 96% querem promoções em produtos saudáveis e 91% querem sugestões de alimentação saudável com base nos seus gostos pessoais.

 

Para os varejistas, a boa notícia é que marcas próprias são consideradas por 54% da população tão boas quanto as grandes marcas nacionais, o que demonstra a importância de também se investir nessa categoria.

 

Entre as oportunidades identificadas estão a criação de linhas de produtos com base em tendências atuais do setor. Por exemplo, houve um crescimento mundial no consumo de leite de coco. A partir disso, criou-se uma demanda por óleo de coco e alternativas da mesma matéria prima, como o açúcar de coco, que foi posicionado como uma melhor alternativa em relação ao açúcar refinado comum.

 

SOBRE A DUNNHUMBY:

 

A empresa inglesa dunnhumby é conhecida como a maior especialista do mundo em ciência do consumidor. Há 25 anos no mercado, atuam por meio de análise de dados, assessorando varejistas e marcas a traçarem o melhor caminho para a personalização da experiência de compras e fidelização de clientes. No Brasil desde 2010, tem entre seus clientes algumas das maiores empresas de varejo do mundo, como Kroger, Casino, Pão de Açúcar e Macy’s.

 

Com atuação em 30 países, a dunnhumby ganhou notoriedade em 1995, ao criar o Tesco Clubcard, cartão de fidelidade do grupo Tesco, terceiro maior varejista do mundo. A partir disso, o Clubcard se tornou um dos programas de fidelidade mais bem-sucedidos do mundo, presente em 80% dos lares do Reino Unido, dando ao Tesco o título de pioneiro do conceito “o cliente em primeiro lugar”. Em 2006, a dunnhumby foi adquirida pelo grupo Tesco e passou a investir principalmente em mercados internacionais, incluindo o Brasil.