Um em cada seis brasileiros corre risco de ter AVC

Publicado por: Editor Feed News
29/10/2014 20:51:36
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Cortesia Corbis
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Dia Mundial de Combate ao AVC (29/10): Sintomas devem ser identificados o quanto antes para minimizar danos causados ao cérebro

 


Quando o assunto é o AVC (Acidente Vascular Cerebral), doença que mata 5 milhões de pessoas no mundo e incapacita, de acordo com a OMS - Organização Mundial da Saúde, segundos fazem diferença. No Brasil, a doença mata mais que o infarto: são mais de 100 mil pessoas por ano, segundo o Ministério da Saúde. Um em cada seis brasileiros corre risco de sofrer um derrame, como a enfermidade também é conhecida. "Por isso é importante se atentar aos sintomas, encaminhar o paciente ao hospital o mais rápido e fazer exames de imagem para detectar a causa do problema", alerta o neuroradiologista Roberto Nogueira, diretor administrativo da Fundação IDI e professor da Unifesp.

 


Doença que compromete veias e/ou artérias e pode levar à destruição do parênquima cerebral, o AVC pode ser isquêmico (entupimento de um vaso que leva sangue ao cérebro) ou hemorrágico (rompimento do vaso no cérebro). Em geral, afeta pessoas mais velhas, com mais de 40 anos, apesar de poder acometer jovens em casos mais raros.

 


Entre os principais sinais de alerta da doença estão dor de cabeça súbita e forte sem causas aparentes, perda da visão em um dos olhos, redução ou perda da força e/ou sensação de formigamento nos braços, pernas ou face (em geral, em um dos lados do corpo), alteração na fala, confusão mental, dificuldade para entender o que o outro diz, vertigens e instabilidade em se manter em pé ou para andar, náusea e vômitos.
Segundo o neuroradiologista João de Deus, da equipe da Fundação IDI que atua no Complexo Hospitalar do Mandaqui, zona norte de São Paulo, cerca de 80% dos casos são de isquêmicos. Embora ambos os tipos sejam graves, pondera o especialista, "o hemorrágico, que está ligado principalmente à hipertensão arterial, pode causar maiores danos cerebrais, muitos irreversíveis".

 



Exames que ajudam

 


Além da agilidade ao encaminhar o paciente ao hospital, há exames primordiais a serem feitos durante o atendimento. Entre eles, dois costumam ser fundamentais: a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.

 


Rápida, em geral fica pronta em 10 minutos, e não invasiva, a tomografia é capaz de determinar a presença da doença e esclarecer sua etiologia, direcionando o médico a escolher a melhor conduta. "Em alguns casos, o diagnostico pode não ser claro com apenas um exame, outros são necessários, como o de ressonância magnética, que também ajuda a orientar", esclarece o diretor da Fundação IDI.

 


Enquanto a tomografia usa a radiação, a ressonância magnética envolve mecanismo mais complexo de funcionamento, ao atrair os átomos de hidrogênio presente no organismo. "Esse tipo de exame trabalha com parâmetros diferenciados, é mais demorado por conta disso. E também exige que o paciente fique imóvel, em alguns casos a sedação é indispensável", detalha o médico. Além disso, a máquina pode gerar claustrofobia.
Outro exame que já é o próprio tratamento é a angiografia, que assim como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, também é feita pela Fundação IDI. "De alta complexidade, a angiografia não só tem atuação preventiva, como é uma ótima terapêutica, substituindo cirurgias abertas", destaque o Dr. João de Deus.

 


Em casos de aneurismas (quando ocorre uma dilatação anormal da parede de uma artéria), com uma angiografia, por exemplo, é possível fazer uma embolização. "Com a paciente sedada, é usado um cateter que segue até o local do trombo e molas são inseridas na região para evitar que o coágulo se rompa ou obstrua a passagem de sangue em direção ao cérebro", esclarece o médico do Mandaqui.

 


Ao contrário de uma cirurgia aberta que dura 6 horas ou mais, a técnica da embolização é minimamente invasiva e não se estende mais do que uma hora. Na opinião do Dr. João, trata-se de um procedimento com uma série de vantagens em relação à cirurgia, tanto para o paciente quanto aos custos para os cofres públicos. "A recuperação é mais rápida, os riscos de infecção hospitalar são menores, os leitos de UTI são liberados mais cedo e os gastos financeiros são menores", afirma. Em casos de pacientes com possíveis sequelas, como paralisação de pernas ou braços, com a ajuda da angiografia, na mesma hora, eles voltam a movimentá-los.
Entre os tratamentos, além de procedimentos cirúrgicos, também existem as medicações, que, se usadas até 4,5 horas depois do incidente, e conseguem dissolver o coágulo e desobstruir caminhos.

 



Prevenção

 


Para o Dr. Nogueira, apesar de ser difícil prevenir o AVC, é importante cuidar da saúde, distanciando dos fatores de risco que levam aos problemas como a obesidade, incluindo a prática regular de atividade física, evitando o álcool, o cigarro e controlando os níveis de colesterol, da pressão arterial e do diabetes.

 



Sobre a Fundação IDI

 


A Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem atua há mais de dez anos na saúde pública de São Paulo. Mantém convênio para operar a área de diagnóstico por imagem de diversos hospitais das Secretarias de Saúde do estado e município de São Paulo, prefeituras próximas à capital, além do estado de Goiás.

 

 

Possui cerca de 2 mil funcionários e 500 médicos especialistas, que atendem em 75 unidades de saúde realizando mais de 4,1 milhões de exames por ano, sendo o maior provedor de exames de diagnósticos por imagem do país para a área pública.

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