Zelenskyy deixa Lula pendurado e não aparece em reunião no G7

Publicado por: Editor Feed News
22/05/2023 17:47:35
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Japan Pool / EPA
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Volodymyr Zelenskyy cancelou a reunião com Lula da Silva, admitindo poder ter desapontado o homólogo brasileiro, que disse estar “chateado”.

 

Volodymyr Zelenskyy cancelou em cima da hora uma reunião com Lula da Silva durante a cimeira do G7, no Japão.

 

A comitiva do Presidente brasileiro e os jornalistas que estavam presentes aguardavam a chegada de Zelenskyy desde o início da tarde, mas por volta das 19 horas, foi anunciado que o homólogo ucraniano não iria aparecer.

 

O pedido para o encontro partiu de Zelenskyy e a equipe brasileira ainda ofereceu vários horários para a conversa. O chefe de Estado ucraniano falou com os jornalistas sobre o cancelamento, admitindo que acha que isso “desapontou” Lula da Silva — um comentário que está a ser interpretado como sarcástico.

 

“Quase toda a gente, todos os dirigentes, têm os seus próprios horários, por isso não pudemos encontrar-nos com o Presidente brasileiro”, cita o Público.

 

Lula explicou que a reunião não aconteceu porque Zelenskyy “não apareceu”. “Se ele teve um outro problema mais sério, um encontro mais importante, eu não sei. Gostaria de me encontrar com ele e discutir o assunto, mas veja, o Zelenskyy é maior de idade, ele sabe o que faz”, disse, acrescentando que não está “desapontado” com a situação, mas sim “chateado”.

 

Os dois Presidentes encontraram-se apenas numa sessão de trabalho sobre paz, estabilidade e prosperidade global onde estiveram os restantes líderes do G7, não tendo falado directamente.

 

Esta reunião também gerou rumores sobre um ambiente tenso entre os dois líderes, já que Lula não se levantou para cumprimentar Zelenskyy quando este chegou. “Eu nem vi a chegada do Zelenskyy. Quando terminou, eu já tinha uma agenda e já estava atrasado”, explica, frisando que estava a terminar de escrever algumas ideias para o discurso improvisado que fez de seguida.

 

Nessa intervenção, o chefe de Estado brasileiro condenou a “violação da integridade territorial da Ucrânia” e voltou a rejeitar “veementemente o uso da força como meio de resolver disputas”. Lula lembrou ainda que a Ucrânia não é o único país em guerra e que há conflitos que “vão muito além da Europa”, numa aparente farpa sobre a importância mediática e política que a Ucrânia tem tido.

 

Esta não é a primeira vez que há sinais de um mal-estar entre Lula e Zelenskyy. O Presidente brasileiro já deixou várias críticas à postura do homólogo ucraniano, considerando que os seus constantes pedidos por mais armamento estão a prolongar o conflito e uma possível resolução diplomática.

 

“O Presidente Putin não toma a iniciativa de parar. Zelenskyy não toma a iniciativa de parar. A Europa e os Estados Unidos continuam a contribuir para a continuação desta guerra”, disse no mês passado, durante uma visita a Abu Dhabi.

 

Em Maio de 2022, ainda na condição de candidato presidencial, Lula também apontou a falta de esforços diplomáticos para resolver o conflito: “Qual é a razão da invasão da Ucrânia? É a NATO? Os Estados Unidos e a Europa poderiam ter dito: ‘A Ucrânia não vai entrar na NATO’. Estaria resolvido o problema. As conversas foram muito poucas”.

 

Lula considerou ainda que Zelenskyy era “tão responsável” pela guerra como Putin. “Às vezes vejo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse a festejar, a ser aplaudido em pé por todos os parlamentos. O comportamento dele é um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espectáculo. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação”, comentou, acusando o Presidente ucraniano de se achar “o rei da cocada”.

 

No G7, o chefe de Estado brasileiro voltou a defender um cessar-fogo e criticou a postura dos Estados Unidos. “O discurso do Biden é de que tem que ir para cima do Putin até ele se render. Esse discurso não ajuda“, considera.

 

“Estou tentando, com a Índia, a China, a Indonésia e outros países, construir um bloco para tentar uma política de paz no mundo. Somos um grupo de países do Sul que querem encontrar a paz que o Norte não está conseguindo fazer”, afirma.

Com informações da Agência Planeta ZAP ( PT)

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