O pulo do gato da Netflix é “incrivelmente inteligente”

Publicado por: Editor Feed News
07/02/2023 19:56:41
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Cortesia Editorial Pexels
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Parte do novo sistema de verificação foi publicada por engano. Mas a empresa sabia o que estava fazendo…

 

Foi um dos assuntos da semana passada: a atualização das regras na Netflix, em relação a compartilhar senha.

centro de assistência foi alterado e deixou diversos alertas sobre a verificação de quem está a ver as séries e filmes.

 

Destacou-se por exemplo o código de verificação de 4 dígitos, enviado por e-mail ou por SMS, quando um dispositivo tenta entrar na conta e não está no endereço do titular da mesma. Esse código tem de ser introduzido no dispositivo que fez o pedido no espaço de 15 minutos.

 

Temporariamente, também esteve escrito nas regras que os usuários têm de se conectar à rede wi-fi do local principal pelo menos uma vez por mês. E depois terão liberdade para ver a Netflix noutros locais, com os seus dispositivos.

 

Mas a empresa esclareceu entretanto que isso foi publicado por engano. No portal The Streamable, um porta-voz explicou que essa informação era somente sobre os clientes que vivem no Chile, na Costa Rica e no Peru. Essa indicação já foi retirada.

 

Com ou sem encontro de família ou amigos uma vez por mês, o que a Netflix está a fazer neste contexto é “muito, muito inteligente”, analisa a jornalista e escritora Minda Zetlin.

 

No portal Inc, Minda sugere mesmo que esta estratégia é uma masterclass sobre dar más notícias”.

E explica porquê: ao deixar estes avisos com muito tempo de antecedência (que na verdade ninguém sabe ao certo quando serão aplicadas), primeiro, nenhuma das alterações originaram uma reação de “revolta” dos assinantes, ou de milhares de cancelamentos de assinaturas. Porque a nível global nada muda em concreto, para já.

 

Depois, está antecipando-se muito – e propositadamente – para, assim, quando chegar o momento das alterações, nessa altura tudo já vai soar a notícias velhas, do género “Sim, já sabia disso”.

 

São mudanças “à prestações”, quase em ritmo lento. “Tudo isto é uma tática incrivelmente inteligente, por parte de uma empresa incrivelmente inteligente”, escreve a especialista.

 

Minda Zetlin admite que haverá usuários que preferem assinar  outra empresa de streaming concorrente, outros simplesmente vão cancelar a Netflix – mas “não veremos grandes números de pessoas a desistir em forma de protesto porque, na altura, o cansaço já estará instalado”.

 

E há outro aspeto a levar em conta: as viagens. A Netflix avisa que, se o cliente estiver fora de casa durante um “período prolongado”, poderá ter de verificar o seu dispositivo. Mas “período prolongado” é quanto? Ninguém sabe. Ou seja, a empresa está avisando que algo vai mudar mas, ao mesmo tempo, não há um número concreto para ser questionado.

 

Para encerrar, Minda deixa uma sugestão a quem tem compartilhamentos: “Se tiver de fazer mudanças que seus parentes vão odiar, leia o manual da Netflix. Avise as pessoas com bastante antecedência, mas não especifique quando, os detalhes ou como isso pode afetá-los. Deixa seguir lentamente e mantém os avisos o mais vago possível. Isso vai facilitar se for preciso ajustar algo, ou mudar completamente o plano se as coisas não correrem como estava previsto”.

 

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