O preço dos medicamentos e o lucro dos bancos

Publicado por: Editor Feed News
06/02/2015 16:02:36
Exibições: 1,420
Cortesia Corbis
Cortesia Corbis

Carlos Varaldo (*)

 

Em 2014 a empresa farmacêutica Gilead obteve um faturamento de 10,3 bilhões de dólares com o medicamento Sovaldi® para tratamento da hepatite. Um segundo medicamento, Harvoni® lançado no final do ano, também para tratamento da hepatite C, teve vendas de 2,1 bilhões de dólares, totalizando vendas totais de 12,4 bilhões de dólares. Mas esse faturamento não chega a ser um recorde mundial na indústria farmacêutica. Também em 2014 a farmacêutica Abbvie faturou 12,5 bilhões de dólares com o medicamento antirreumático "Humira®".

 

Pode parecer exagero ou achar que os preços são uma extorsão para os doentes que precisam dos medicamentos. O da hepatite C custa 1.000 dólares por pílula, mas ironicamente os valores brutos de venda das farmacêuticas são praticamente idênticos ao "lucro liquido" em 2014 dos dois maiores bancos brasileiros, na ordem dos 20 bilhões de reais para cada banco. O lucro das farmacêuticas é bem menor, pois os valores citados são do faturamento bruto.

 

Os preços desses medicamentos são extorsivos, mas não entro no mérito de defender as farmacêuticas que lucram com a saúde da população. Já os bancos, lucram com a especulação. Pelo menos as farmacêuticas conseguiram salvar centenas de milhares de vidas. Os bancos nada produzem nem salvam ninguém.

 

Que tal o novo Congresso pensar em um imposto sobre o lucro dos bancos para financiar a combalida saúde pública?

 

(*) Carlos Varaldo é Presidente do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite

Imagens de notícias

Tags:

Compartilhar

Vídeos relacionados