Pernambuco tem apenas 34% das cidades com nível de desenvolvimento moderado

Publicado por: Editor Feed News
05/06/2014 19:29:15
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Cortesia Corbis
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Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) revela que 64,9% dos municípios ainda apresentam desenvolvimento regular

Rio, 2 de junho de 2014

O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), criado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) para acompanhar a evolução dos 5.565 municípios brasileiros, revelou em sua 6ª edição que apenas 34% dos municípios de Pernambuco possuem nível de desenvolvimento moderado, enquanto 64,9% ainda apresentam desenvolvimento regular. O estado não apresenta cidades nos extremos do índice, com níveis de desenvolvimento baixo ou alto. Vale destacar que a capital, Recife, está entre os 500 melhores resultados do Brasil.



Com recorte municipal e abrangência nacional, o IFDM avalia as condições de Educação, Saúde, Emprego e Renda de todos os municípios brasileiros. O índice varia de 0 (mínimo) a 1 ponto (máximo) para classificar o nível de cada cidade em quatro categorias: baixo (de 0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1) desenvolvimento.



Os resultados obtidos têm base em informações oficiais dos ministérios da Educação, Saúde, Trabalho e Emprego. Nesta edição foram utilizados os dados de 2011, o que permite a comparação do desenvolvimento dos municípios com o ano de 2010 - último ano da primeira década do século XXI. A metodologia foi aprimorada para captar os novos desafios do desenvolvimento brasileiro. O principal incremento foi situar o Brasil no mundo, com base em padrões de desenvolvimento encontrados em países mais avançados.



Saúde - Analisando as áreas de desenvolvimento do IFDM, Saúde é a vertente que possui maior número de municípios em alto grau de desenvolvimento em Pernambuco: são 25 (13,5% do total). Em Educação, apenas Fernando de Noronha e Triunfo apresentaram alto desenvolvimento, mas esta foi a variável com maior percentual de avanço frente ao ano anterior: 162 cidades pernambucanas (87,6%) evoluíram nessa área, impulsionadas principalmente por melhorias nas distorções idade-série e nas notas do IDEB.



A vertente Emprego e Renda foi a que apresentou pior desempenho: 155 cidades (84,2%) apresentaram desenvolvimento baixo ou regular. Nos dois maiores conceitos, 26 municípios (14,1%) exibiram desempenho moderado do mercado de trabalho, ao passo que apenas três (5,4%) registraram alto desenvolvimento: Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, e Recife.



Melhores - No Top 10 dos melhores resultados de Pernambuco, todos os municípios apresentaram grau de desenvolvimento moderado, com a capital Recife mantendo-se em primeiro lugar, assim como no ano anterior. Das 10 cidades, apernas três apresentaram crescimento nas três variáveis: Timbaúba, Lagoa do Itaenga e Petrolina. Além disso, observa-se que todos eles registraram crescimento no IFDM-Educação na comparação com o ano anterior. Ipojuca, em 5º lugar, apresentou o maior índice de Emprego e Renda nacional, o que contrasta com o desenvolvimento regular observado no IFDM Educação do município. Também vale destacar o avanço registrado nos municípios de Itapissuma e Lagoa do Itaenga que, devido às conquistas nas vertentes de Emprego e Renda e Educação, subiram de posições e passaram a integrar o grupo dos 10 melhores do estado em 2011.



Piores - No outro extremo do ranking estadual, três municípios estrearam entre os 10 menores IFDMs: Santa Maria da Boa Vista, Quipapá e Manari. Apesar de ainda apresentarem um nível de desenvolvimento menor do que o restante do estado, sete municípios exibiram crescimento em seus IFDMs. Buíque foi o único município entre os menores de 2011 que registrou aumento nas três vertentes de desenvolvimento e deixou o último lugar do ranking estadual, resultado registrado no ano anterior. Vale mencionar que, entre os resultados mais baixos, nenhum município apresentou queda simultânea nos três indicadores acompanhados pelo IFDM.



No ranking das capitais brasileiras, Recife ganhou três posições em relação ao ano anterior: ocupa o 11º lugar com IFDM 0,7829. A capital registrou 0,8139 ponto na vertente Emprego e Renda; 0,6915 em Educação e 0,8434 em Saúde.



Brasil avança em Educação e Saúde e
mantém nível de desenvolvimento moderado



Em um cenário nacional de desaceleração da geração de empregos e menor crescimento da renda, o IFDM revelou que a Educação e a Saúde foram os grandes destaques para que o Brasil mantivesse em 2011 o nível de desenvolvimento moderado observado na última década. O avanço nas duas vertentes fez com que o país atingisse 0,7320 ponto no índice, um crescimento de 1,8% na comparação com 2010.



O IFDM-Educação atingiu 0,7355 ponto em 2011 e foi o indicador que mais cresceu em relação ao ano anterior (3,9%). O crescimento ocorreu em 81% dos municípios e refletiu, principalmente, o aumento das notas do Ideb em 3.921 cidades (70,4% do total). O resultado fez com que a maioria dos municípios (54,8%) ficasse com desenvolvimento moderado nesta vertente, enquanto 25% atingisse o alto desenvolvimento. Ainda assim, 20% do país apresenta indicadores de educação regulares ou baixos.



O IFDM-Saúde cresceu 2,1% em 2011, atingindo 0,7387 ponto e com melhora no indicador em 65% dos municípios. Os resultados refletem a evolução de todas as variáveis que compõem o IFDM-Saúde, em especial do indicador de internações sensíveis à atenção básica, que teve um incremento de 3,6%. Analisando essa vertente, o número de municípios com alto desenvolvimento subiu de 1.415 para 1.583, com destaque para as regiões Sul e Sudeste. Apesar da melhora, o número de municípios com baixo desenvolvimento no IFDM-Saúde é dez vezes maior do que o observado no IFDM-Educação. Somente as regiões Norte e Nordeste reuniram 260 dos 303 municípios de baixo desenvolvimento nesta área.



Já o IFDM- Emprego e Renda foi o único que recuou em 2011, passando de 0,7261 para 0,7219 ponto (-0,6%). O número de municípios com alto desenvolvimento caiu de 124 para 97, enquanto o de municípios com baixo desenvolvimento aumentou de 1.624 para 1.686. Os dados refletem a desaceleração da economia brasileira naquele ano, quando o saldo de geração de postos de trabalho com carteira assinada foi 23% inferior ao registrado no ano anterior.



No resultado geral, 3.653 (66,7%) cidades iniciaram a nova década em situação melhor do que terminaram a passada, sendo que apenas 332 (6,0% do total) alcançaram o nível de alto desenvolvimento. No ranking nacional do IFDM, houve a predominância total de São Paulo nas 10 primeiras colocações. Neste grupo, praticamente todas as cidades apresentaram alto desenvolvimento nas três áreas analisadas. A primeira cidade colocada no ranking foi Louveira (SP), com 0,9161 ponto, seguida de São José do Rio Preto (SP), com 0,9156. Nas duas últimas posições do ranking nacional estão Santa Rosa do Purus (AC), com 0,2819 ponto, e Atalaia do Norte (AM), com 0,2916 ponto.



Entre as capitais brasileiras, Curitiba (PR) ocupou novamente o topo do ranking, enquanto São Paulo (SP) e Vitória (ES) alternaram suas posições. A capital paulista assumiu a segunda colocação por manter um bom desempenho na vertente Emprego e Renda, indo na contramão das demais capitais que, em grande maioria, apresentaram recuo na geração de empregos. Estas três cidades e Palmas (TO), quarta colocada no ranking das capitais, integram o rol dos 100 maiores IFDMs do Brasil.



Nível de desenvolvimento
ainda é desigual no país



Os níveis de desenvolvimento encontrados nos municípios brasileiros continuam dividindo o Brasil em dois. De um lado estão as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, que possuem 60% das cidades brasileiras e dominaram os 500 maiores IFDMs do país, com 98,6% de participação. Do outro estão as regiões Norte e Nordeste, que respondem por 40% das cidades brasileiras e predominaram entre as 500 posições mais baixas do ranking, com 94,4% de participação.



O resultado aponta que o número de óbitos mal definidos dos municípios menos desenvolvidos é três vezes pior e a taxa de internações evitáveis por ação da atenção básica é quase o dobro da observada nos municípios mais desenvolvidos. Em Educação, as taxas de abandono escolar entre os 500 maiores IFDMs são dignas de países desenvolvidos, menores do que 1%, e contrastam com as taxas dos 500 menores, seis vezes piores. Outro ponto que ressalta a desigualdade entre as regiões é o contraste do mercado de trabalho, onde há municípios capazes de empregar formalmente mais de 40% da sua população em idade ativa e outros que não chegam a um décimo.



Levando em consideração o ritmo de desenvolvimento registrado no país desde 2005, considera-se que o grupo dos 500 piores IFDMs está 13 anos atrasados em relação aos padrões de desenvolvimento encontrados nos municípios que ficaram no topo do ranking. De acordo com o estudo, essas cidades menos desenvolvidas ainda não chegaram ao século XXI.



Nova metodologia para
os desafios do século



Nesta edição, a metodologia do IFDM foi aprimorada. Além de situar o Brasil no mundo, foi feita a atualização de metas e parâmetros brasileiros, tornando 2010 o ano de referência para o estudo.



Entre as áreas de desenvolvimento, a Saúde ganhou o componente “Internação sensível à atenção básica”. O indicador acompanha as internações hospitalares que poderiam ter sido evitadas caso os serviços de atenção básica de saúde tivessem sido efetivos, como, por exemplo, as internações por anemia, hipertensão ou diabetes. Foram também incorporados parâmetros internacionais para as taxas de óbitos infantis e aumentadas as exigências com relação ao atendimento às gestantes e à identificação de óbitos.



Em Emprego e Renda foram introduzidos os conceitos “Desigualdade” e “Absorção da mão de obra local”. O primeiro indicador incorpora ao cálculo do IFDM o índice de Gini - medido a partir da remuneração dos trabalhadores com carteira assinada - e assim é possível avaliar a concentração da renda gerada no mercado de trabalho local. Já o conceito “Absorção da mão de obra local” mede a capacidade do município de absorver a população local, através da relação entre o estoque de trabalhadores com carteira assinada e a população em idade ativa. Nesta vertente, também foi substituída a variável salário pela massa salarial, de forma a captar a relevância econômica do município e o seu potencial de servir como vetor de desenvolvimento para outras cidades.



No IFDM Educação não houve inclusão de variáveis, mas sim a atualização dos parâmetros de desenvolvimento, que passaram a se basear no ano 2010, em metas de governo e em padrões internacionais. Dessa forma, foram reforçadas as exigências quanto à formação de professores e ao atendimento em creches e pré-escolas, bem como às taxas de abandono e de distorção idade-série.

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