Pará e Acre são os estados com maior risco de desmatamento no Brasil

Publicado por: Editor Feed News
23/11/2021 17:08:37
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Cortesia Pixabay
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Lançada em agosto de 2021 por meio de uma parceria entre Microsoft, Imazon e Fundo Vale, a plataforma utiliza inteligência artificial para prever desmatamento no país e mostra quais são os principais estados, municípios, unidades de conservação e terras indígenas sob ameaça

 

A PrevisIA, ferramenta lançada em agosto de 2021 e que antecipa informações de regiões com maior risco de desmatamento e incêndios na Amazônia por meio de Inteligência Artificial (IA), já identificou quais as regiões com maior risco na Floresta Amazônica. A partir de dados diversos, como topografia, cobertura do solo, infraestrutura urbana, estradas oficiais e não oficiais e dados socioeconômicos, a ferramenta identificou que 11.570 km² da Amazônia legal estão sob risco alto e muito alto de desmatamento. O Pará (com 40,1% do total da área de risco desmatamento em 2022), e Acre (com 16,2%), são os principais estados sob risco, em primeiro e segundo lugar, respectivamente. Em relação aos municípios, São Félix Do Xingu, situado no Pará, é o mais ameaçado, seguido por Altamira, também no mesmo estado. A iniciativa é fruto da parceria entre a Microsoft, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e Fundo Vale. 

 

A plataforma também identificou que dentre as terras indígenas sob maior risco de desmatamento, as três primeiras fazem parte do estado do Pará. São elas: Apyterewa, Mundurucu e Trincheira/Bacajá. Já com relação às Unidades de Conservação Estaduais (UCEs) com maior desmatamento previsto, o ranking destaca a APA Triunfo do Xingu em primeiro lugar, seguida pela FLOREX Rio Preto-Jacundá e pela RESEX Jaci Paraná. Das Unidades de Conservação Federais (UCFs), a RESEX Chico Mendes é a mais ameaçada, seguida pela APA do Tapajós e FLONA do Jamanxim

 

 

Os rankings, que correspondem ao período de 1º de agosto de 2021 a 31 de julho de 2022, antecipam informações sobre o desmatamento na Amazônia que podem contribuir para a preservação de florestas e regiões que, além de conterem parte da fauna e flora brasileiras, também abrigam povos e culturas de base. “As informações coletadas e analisadas pela PrevisIA são de extrema relevância para que os setores público e privado, assim como a sociedade, possam se unir e tomar atitudes para que a previsão não se torne realidade. A Floresta Amazônica é responsabilidade de todos nós e, com essa plataforma temos a chance de utilizar dados e tecnologia ao nosso favor e combater o desmatamento”, explica Lucia Rodrigues, Líder de Filantropia da Microsoft Brasil. 

 

Carlos Souza Jr, pesquisador associado do Imazon diz que “o grande avanço deste projeto foi democratizar o acesso a recursos avançados de Tecnologia da Informação para facilitar o engajamento de diversos usuários e organizações na prevenção e no controle do desmatamento”

 

“O PrevisIA tem potencial de ser usado também para avaliar áreas de restauração florestal e vulnerabilidade ao fogo, ajudando a produzir dados mais concretos para arranjos de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) em parceria com comunidades locais, que poderão ser adotados pela Vale em mercados de créditos de carbono”, explica Patrícia Daros, diretora do Fundo Vale, mantido pela Vale. A mineradora assumiu o compromisso de zerar suas emissões de carbono até 2050. Entre as iniciativas, está a meta de recuperar e proteger 500 mil hectares de florestas até 2030. Atualmente, a empresa já ajuda a proteger aproximadamente 1 milhão de hectares de florestas no mundo, dos quais 800 mil na Amazônia. 

 

A ferramenta também foi apresentada na COP26, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Glasgow, na Escócia. A utilização da plataforma foi abordada no painel “Metas baseadas em ciência: o papel de governos subnacionais e non-state actors brasileiros na implementação do Acordo de Paris” que contou com a participação de Lucia Rodrigues, Líder de Filantropia da Microsoft Brasil; Helder Zahluth Barbalho, governador do Pará; e Andrea Alvares, vice-presidente de Marca, Inovação, Internacionalização e Sustentabilidade da Natura; debatendo sobre o que as metas climáticas baseadas na ciência significam para diferentes setores e por que elas são estratégias-chave para um ciclo virtuoso de ambição Net-Zero. 

 

Parceria da PrevisIA com Ministério Público do Pará 

Com os dados gerados pela ferramenta, os setores público e privado podem tomar iniciativas focadas na prevenção do desmatamento, uma vez que prevenir demanda menos custos do que recuperar. Como desdobramento da iniciativa, para alavancar o uso da PrevisIA, o Imazon firmou uma parceria com o Ministério Público do Pará (MPPA) e o Centro de Apoio Operacional Ambiental (CAO AMBIENTAL), com o objetivo de fornecer subsídios técnicos visando a cooperação e o intercâmbio de informações entre os dois órgãos. Nessa iniciativa, o Imazon oferecerá apoio técnico e acesso a informações qualificadas, bem como treinamentos, oficinas e atuações conjuntas com ambos os órgãos. 

 

Inicialmente, foi escolhido como piloto o município de Altamira, no Pará, que possui 159.533 km² de área territorial (segundo o IBGE) e está no ranking dos dez municípios que mais contribuem com o desmatamento na Amazônia. Diante dessas circunstâncias, o Imazon está conduzindo o diagnóstico do desmatamento na região, levando em consideração a situação territorial, os dados de alertas de desmatamento, a história do desmatamento baseada no Prodes e o risco de desmatamento previsto na PrevisIA. 

 

As informações fornecidas pela PrevisIA e pelo Imazon serão usadas para a criação de um plano de atuação do MP-PA para a preservação das florestas no estado. A partir do diagnóstico e da atuação na prática, o órgão espera monitorar e avaliar os resultados, para reduzir os índices de degradação ambiental por meio de medidas preventivas, e, em última instância, legais, para evitar o desmatamento nos municípios - com base nas estatísticas providas pela plataforma. Por exemplo, o MP-PA pode liderar as ações para remover cadastros ambientais rurais (CAR) em áreas de proteção integral; avaliar se as ações de fiscalização estão ocorrendo em áreas com maior risco, garantindo assim maior eficácia no combate ao desmatamento e no uso de recursos públicos. Além disso, a expectativa é ampliar a aplicação da PrevisIA em outros municípios da Amazônia. 

 

A ferramenta 

A PrevisIA é uma das iniciativas do “Microsoft Mais Brasil”, um plano abrangente que tem como objetivo apoiar a retomada econômica do país por meio de um conjunto de ações e investimentos, lançado em outubro de 2020 e que acaba de completar um ano de existência. O programa é dividido nos pilares de “educação, capacitação profissional e empreendedorismo”, “habilitação da economia digital por meio da tecnologia” e “crescimento sustentável e impacto social”, frente da qual PrevisIA faz parte. 

 

Desenvolvida em parceria com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e Fundo Vale, ela utiliza, recursos avançados de nuvem do Microsoft Azure e com o algoritmo de IA desenvolvido pelo Imazon para detectar estradas em imagens de satélites, a PrevisIA está analisando dados diversos para identificar possíveis tendências de conversão da floresta pelo desmatamento. Essas informações estão sendo divulgadas publicamente em um painel de controle da iniciativa e poderão ser usadas por órgãos públicos para o planejamento e execução de ações preventivas, de combate e controle ao desmatamento. 

 

A PrevisIA conta com diversas fontes de informação, como imagens de satélite da floresta, que geram um grande volume de dados. Para que essas informações sejam analisadas de forma rápida e inteligente, são utilizados recursos de Big Data e Inteligência Artificial (IA). Dessa forma, é possível analisar grande volume de dados e fazer um monitoramento constante retornando informações em tempo real de regiões com maior risco de desmatamento e incêndios na Amazônia, para facilitar a tomada de decisão e o controle destas áreas. 

 

Para conferir essas e outras informações em tempo real, visite previsia.org

 

Sobre a Microsoft 

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