China recusou dar dados importantes sobre primeiros casos à OMS

Publicado por: Editor Feed News
13/02/2021 14:49:45
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Courtesy Pixaby
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Cientistas chineses recusaram-se a partilhar com a equipa de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) dados brutos sobre os primeiros casos da covid-19.

 

De acordo com o jornal norte-americano Wall Street, os investigadores da Organização Mundial de Saúde (OMS), que recentemente voltaram de uma viagem à cidade chinesa de Wuhan, disseram que as divergências sobre os registos dos pacientes e outras questões eram tão tensas que, às vezes, explodiam em gritos entre os cientistas.

 

Segundo os cientistas, a resistência contínua da China em revelar informações sobre os primeiros dias do surto da covid-19 torna ainda mais difícil a missão de descobrir pistas importantes que poderiam ajudar a impedir futuros surtos de doenças tão perigosas.

 

Durante 27 dias em janeiro e fevereiro, a equipa de 14 especialistas da OMS liderou a missão para rastrear as origens da pandemia. Vários dizem que os colegas chineses ficavam frustrados com as questões e demandas persistentes da equipa por dados.

 

As autoridades chinesas instaram a equipa a abraçar a narrativa do Governo sobre a origem do vírus, de acordo com vários membros da equipe. Os cientistas responderam que se absteriam de fazer julgamentos sem dados.

 

“Era a minha opinião sobre a toda a missão que era altamente geopolítica”, disse Thea Kølsen Fischer, epidemiologista dinamarquesa. “Todo a gente sabe quanta pressão existe sobre a China para ser aberta a uma investigação e também quanta culpa pode estar associada a isso.”

 

No final da missão, os especialistas procuraram um acordo, elogiando a transparência do governo chinês, mas pressionando por mais dados sobre os primeiros dias do surto em Wuhan. Porém, ainda não é claro se o acordo funcionará. As autoridades chinesas disseram que não tiveram tempo suficiente para compilar dados detalhados dos pacientes e apenas forneceram resumos.

 

O diretor da OMS, Thedros Ghebreyesus, disse esta sexta-feira que, após a missão de especialistas na China, todas as opções estão em aberto para explicar a origem do novo coronavírus.

 

“Quero confirmar que todas as hipóteses permanecem em aberto e requerem mais análise e estudo”, disse Bhebreyesus, negando a mensagem que tinha sido passada pelos especialistas, onde tinham descartado a hipótese de o vírus ter tido origem num laboratório.

 

Essa hipótese tinha sido repetida várias vezes pelo ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que atribuiu responsabilidades ao Governo de Pequim pela incapacidade de travar a pandemia de covid-19 na sua fase inicial .

 

Ghebreyesus disse que a recente missão de especialistas na China “não encontrou todas as respostas, mas forneceu informações importantes” que “aproximam do conhecimento da origem do vírus”.

 

O diretor da OMS explicou que a missão divulgará um relatório preliminar da sua visita na próxima semana, que será ampliado nas próximas semanas e explicado numa nova conferência de imprensa dada pela equipa de especialistas.

 

Presente na conferência de imprensa esteve também Peter Embarek, que chefiou a equipa de cientistas e que disse que a missão “conseguiu muitos sucessos”. “Temos agora uma melhor compreensão do que aconteceu em 2019“, disse Embarek, salientando que esta iniciativa foi apenas “o início” do processo de investigações.

 

“Não é hora de nenhum país abrandar as medidas”

O diretor-geral da OMS afirmou ainda “não é hora de nenhum país abrandar as medidas” de controlo da pandemia de covid-19, apesar da redução global de infeções e mortes.

 

Ghebreyesus realçou a diminuição do número de infeções pela quarta semana consecutiva e de mortes pela segunda semana consecutiva, assinalando que os países estão a aplicar “medidas mais restritivas”.

 

Contudo, apesar das estatísticas que considerou encorajadoras, disse que “não é hora de nenhum país abrandar as medidas”. “A complacência é tão perigosa quanto o vírus”.

 

O dirigente da OMS renovou o apelo para a partilha de tecnologia para acelerar a produção de vacinas contra a covid-19 e distribuí-las de forma equitativa. “Nunca na história as vacinas foram desenvolvidas em menos de um ano após o aparecimento de um vírus”, sublinhou Ghebreyesus.

 

Originalmente Publicado por: Maria Campos, Planeta ZAP // Lusa

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