Pernambuco é o 4º estado com maior número de casos de Dengue do País

Publicado por: Editor Feed News
07/12/2016 20:07:34
Exibições: 619

Com mais de 66 mil registros de doença, região está em estado de alerta para o Aedes Aegypti e tem 707 casos para cada 100 habitantes

 

Recife, 7 de dezembro de 2016 – Pernambuco está em situação de alerta para as doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti[1] - mosquito transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya. De acordo com recente anúncio do Ministério da Saúde, o Estado ocupa a 4º posição em registros de Dengue e, até 17 de setembro, já apresentou 66.069 mil ocorrênciasNa região Nordeste, Pernambuco ocupa a terceira posição em incidência da doença, com 707 registros para cada 100 mil habitantes – mais que o dobro do que o considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que classifica como limite 300 casos/100 mil habitantes.

 

Das 22 capitais que o Ministério recebeu informações sobre o Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa), apenas Cuiabá (MT) está em situação de alto risco. São nove as capitais em alerta - Recife (PE), Aracajú (SE), Salvador (BA), Rio Branco (AC), Belém (PA), Boa Vista (RR), Vitória (ES), Goiânia (GO) e Manaus (AM); e 12 satisfatórias – São Luiz (MA), Palmas (TO), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Teresina (PI), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Macapá (AP), Florianópolis (SC), Campo Grande (MS) e Brasília (DF).

 

De acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde2, o Brasil registrou até 22 de outubro 1.458.355 casos de Dengue e 601 óbitos pela doença. Considerando as regiões do País, Sudeste e Nordeste apresentam os maiores números, com 848.587 casos e 322.067 casos, respectivamente. Em seguida estão as regiões Centro-Oeste (177.644), Sul (72.114) e Norte (37.943).

 

Aumento de casos no verão

 

Esse cenário é ainda mais preocupante, com a proximidade do verão, época que se registram o aumento das temperaturas, elevação do índice pluvial e consequente acúmulo de água parada – cenário ideal para proliferação do Aedes Aegypti.

 

Tradicionalmente, no final do ano, há uma incidência maior de casos de Dengue. Por isso, os Governos intensificam as ações de combate ao mosquito neste período, com a realização de mutirões e campanhas de conscientização.  No entanto, o combate a Dengue é um trabalho permanente. A população deve evitar o acúmulo de água em quaisquer tipos de recipiente, pois, assim, o mosquito não se reproduz.

 

O levantamento do Ministério da Saúde também revelou que os depósitos de água, como tonéis, tambores e caixas d’água, foram o principal tipo de criadouro na região Nordeste e Sul. Já o depósito domiciliar, categoria em que se enquadram vasos de plantas, garrafas, piscinas e calhas, predominou na região Sudeste. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, o lixo foi o depósito com maior número de focos encontrados.

 

REGIÃO

NORDESTE

NORTE

SUDESTE

SUL

CENTRO-OESTE

Depósito Água

76%

29,1%

33,1%

45,5%

33,2%

Depósito domiciliar

19,1%

28,7%

47,1%

36,4%

30,9%

Lixo

4,9%

42,2%

19,8%

18,2%

35,9%

 

Além de afetar a saúde e rotina dos pacientes, a Dengue ainda causa um considerável impacto negativo nos custos médicos diretos e indiretos, que diminuem a produtividade ocupacional. Estima-se que o gasto com a doença no Brasil foi de 1,2 bilhão de dólares em 2013, uma média de 448 dólares para cada caso de hospitalização e 173 dólares para cada caso ambulatorial. 3

 

A primeira vacina contra a dengue do mundo

 

Diante desse quadro, a vacinação é uma ferramenta importante, que se soma às medidas preventivas de combate ao mosquito transmissor. Produzida pela Sanofi Pasteur, divisão de vacinas da Sanofi, a vacina tetravalente (que oferece proteção para os quatro sorotipos existentes da doença – tipos 1, 2, 3 e 4) é produzida com vírus vivo atenuado e possui em sua estrutura o vírus vacinal da febre amarela, que lhe garante estabilidade.

 

A vacina foi lançada em Julho deste ano e está disponível nas clínicas privadas de todo o Brasil, incluindo o estado de Pernambuco. Em abril, a OMS divulgou um parecer endossando a vacina contra a dengue da Sanofi Pasteur. A recomendação foi emitida pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em imunização (Strategic Advisory Group of Experts, SAGE) para que a vacina seja usada em países endêmicos, como o Brasil, e faz parte de uma estratégia integrada em tais regiões, com o objetivo de atingir as metas da OMS de reduzir a mortalidade por dengue em, pelo menos, 50% e a morbidade em, pelo menos, 25% até 2020.

 

Uma análise publicada no The New England Journal4 mostrou redução de 81% das internações e de 93% dos casos graves, e uma eficácia global de 66% contra os quatro sorotipos existentes, a partir dos 9 anos de idade. Isso significa que em um grupo de 1 milhão de pessoas, a vacina é capaz de proteger 660 mil casos, ou seja, dois terços da população para a qual a vacina está indicada.   “A vacina vem contribuir de forma significativa com os esforços governamentais em termos de educação e de controle de vetor (o mosquito transmissor) para prevenção da dengue, bem como redução dos gastos com internações”, explica Sheila Homsani, diretora médica da Sanofi Pasteur.

 

O Jornal Brasileiro de Economia da Saúde, JBES, publicou que se o País adotasse um programa de vacinação de rotina de 9 a 40 anos, a redução dos casos de dengue alcançaria 81%, em cinco anos. Com um programa de vacinação incluindo indivíduos de 9 a 16 anos, a redução da mortalidade atingiria 50%, o que vai de encontro às  metas da OMS de redução da mortalidade pela doença.

 

Como várias outras vacinas disponíveis no mercado, como poliomielite e coqueluche, a vacina contra dengue da Sanofi Pasteur é administrada em três doses, porém com intervalos de seis meses (completando um ano da primeira até a última dose). “Importante destacar que a partir da primeira dose, a vacina já oferece proteção, mas é fundamental receber todas as doses para garantir que a imunização seja duradoura e equilibrada para todos os sorotipos de dengue”, ressalta Dra. Sheila.

 

20 anos de pesquisa e desenvolvimento

 

Até receber o registro, a vacina passou por um amplo programa de desenvolvimento clínico, resultando em 25 estudos clínicos 8, envolvendo mais de 40 mil participantes (entre crianças, adolescentes e adultos), em 15 países, inclusive o Brasil – onde participaram cerca de 3,7 mil pessoas em duas diferentes fases clínicas.

 

Em 2009, durante o desenvolvimento clínico da vacina, a Sanofi Pasteur decidiu construir uma nova planta totalmente dedicada à dengue. Essa fábrica, localizada em Neville, na França, tem capacidade anual de produção de 100 milhões de doses. 

 

A vacina possui registro em 13 países, dentre os quais, quatro concedidos por Autoridades Regulatórias reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Até hoje, a vacina está registrada no México, Filipinas, Brasil, El Salvador, Costa Rica, Paraguai, Guatemala, Peru, Indonésia, Tailândia, Camboja, Bolívia e Singapura. 

 

Associações médicas brasileiras recomendam a vacina

 

Importantes associações médicas do Brasil estão recomendando o uso da vacina contra dengue disponível no Brasil. O imunizante aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em dezembro de 2015 já possui a chancela da Organização Mundial da Saúde e, em setembro deste ano, recebeu a indicação da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Além disso, foi oficialmente recomendada pela Sociedade Latino Americana de Infecto Pediatria (SLIPE).

 

As sociedades recomendam em seus calendários, o uso rotineiro da vacina contra a dengue para a proteção em nível individual. A vacina está recomendada para pessoas de 9 a 45 anos que vivam em áreas de risco. Em outubro deste ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou o novo calendário de vacinação e incorporou a vacina contra a dengue ao Calendário de Vacinação da Criança e do Adolescente. Com a medida, pediatras de todo o Brasil podem prescrever a vacina como forma de prevenir a doença. Vale à pena incluir a inclusão no calendário da SBIM onde a dengue aprece para crianças, adolescentes e adultos.

Imagens de notícias

Tags:

Compartilhar

Vídeos relacionados