Eu só quero assistir TV a qualquer momento. O que quiser, onde quiser.Simples assim.

Publicado por: Editor Feed News
16/10/2015 20:28:36
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Cada volta do planeta um mundo novo


Cinco anos atrás, se você estivesse sem nada para fazer em um final de semana, ligaria a TV, procuraria algum filme nos canais disponíveis; iria numa locadora (sim! ainda existiam muitas) pegava uns 2–3 lançamentos na promoção de final de semana, ou então, essa para os mais sagazes, iam direto no torrent mesmo e pegavam aquele lançamento filmado direto da poltrona. Mas um tal de “on demand” já começava a fazer um burburinho.

 

Agora voltamos a 2015. Netflix completou 4 anos de operação por aqui e há quem diga que já fatura mais que Band, Record e cia. Já ganhou diversos prêmios em suas séries originais e entrará de voadora na busca pelo Oscar, com “Beasts of No Nation”. Crianças passam cada vez menos tempo assistindo TV, o Esporte Interativo vem sofrendo boicote das operadoras justamente pelo seu modelo diferenciado de não liberar seus conteúdos apenas para assinantes da TV Paga, mas sim, também em seus apps, na web, no chromecast e na AppleTV, e as crianças não querem saber de comercial, tanto é que apps como o brasileiro PlayKids, da Movile, é o app nº 1 na categoria Kids e o Google lançou o YouTube Kids justamente pra aproveitar o comportamento da geração “Touch” (qual será o próximo rótulo?). Recentemente, o VP de conteúdo Digital da NFL (Futebol Americano) disse em uma entrevista que um dos únicos motivos que as pessoas ainda pagam TV nos EUA é para assistir ao “Sunday” e “Monday Night”. E a HBO já anunciou que em breve será possível assinar o HBO GO, sem precisar estar vinculado a nenhuma operadora.

 

Eu só quero assistir TV a qualquer momento. Simples assim.

Eu assisto muita TV. Sério. Filmes, Séries, Documentários, TV aberta ou fechada. Não importa. Eu assisto muita TV. Provavelmente muito mais do que eu devia. Mas isso é para outro post.

 

O problema é que quase nunca estou disponível às 19h30 (quem está?) para assistir a estréia de algum programa no TLC. Ou pior, às vezes há uma estréia de uma série no mesmo momento que outra que quero assistir. Pô! É de causar tristeza. Afinal, como assim não posso chegar em casa e simplesmente assistir o que quero a hora que quero? Felizmente, de um tempo pra cá tenho me deleitado com os benefícios do conteúdo on-demand. Calma, vou explicar melhor.

 

Há uns três anos atrás me mudei de cidade e fui morar em um quarto alugado na bela Atibaia. Logo de cara meu pensamento foi: “F#$@%, não tem TV. Como vou virar?”

PopCornTime é de 2014, amiguinho. Antes disso só uTorrent, Emule, Kazaa, entre outros.

 

A primeira coisa que fiz foi virar o mcgayver do torrent e procurar tudo o que eu estava acostumado a ver no uTorrent. Isso foi incrível pra mim: poder selecionar e assistir o programa que eu queria a qualquer momento. Por um bom tempo, essa era a minha TV. Minha amada TV estava de volta, mas agora um pouco melhor. Só tinha um problema, um grande problema: a experiência. Quem estava acostumado com torrent nessa época sabe o quanto era chato — pra não falar ilegal — baixar conteúdo e procurar legenda, fora a qualidade que na maioria das vezes era péssima (TS, eu estou falando de você). Até que chegou o momento que eu não queria mais isso pra minha vida e decidi assinar a Netflix. Uau! Era tudo que eu precisava. Agora eu conseguia assistir Um Tira da Pesada ou Corra Que a Polícia Vem Aí 1/3 (me abstenho de comentar o catálogo da Netflix no começo) a qualquer momento, como no torrent, mas com apenas alguns cliques. Pronto, achei o modelo perfeito e virei praticamente um evangelizador da Netflix. Depois, graduadamente, fui descobrindo conteúdos excelentes no YouTube, Vimeo e nos próprios sites das emissoras.

 

Essa mega-introdução (da minha vida) é para mostrar o quanto esse assunto me interessa. Pra mim e, tenho certeza, pra muitas pessoas que lerão esse texto, o conteúdo on-demand é a melhor maneira e única, em alguns casos, de consumir conteúdo de maneira simples e a qualquer momento. Diferente de como muitas pessoas pensam, não acredito que a TV irá morrer. Pelo contrário, todo dia surge um programa melhor que o outro. Mas o modelo simplesmente não funciona mais. Antigamente as famílias se reuniam na sala de frente para a TV e assistiam o Jornal Nacional. Isso era quase um programa familiar e hoje não é mais assim. Hoje em dia cada um assiste o que quiser e a hora que quiser, seja no tablet, celular, notebook ou até mesmo naquela tela grande que está na sala.

 

Isso é incrível e até certo ponto óbvio, pense em como você consome conteúdo hoje, mas aparentemente muitas empresas ainda não perceberam ou não estão afim de perceber. Quase toda emissora tem site com conteúdo disponível para ser consumido a qualquer momento similar à Netflix, mas TODAS, sem exceção, exige que você assine o pacote da TV para conseguir ver online. Por quê? A HBO é a única que já percebeu que esse modelo não faz sentido e já anunciou que irá permitir a assinatura sem a necessidade de uma operadora de TV.

 

Acredito muito que esse é o futuro e que uma hora as emissoras irão acordar e seguir o mesmo modelo da HBO, mas por enquanto me contento com o combo Netflix + YouTube. E em breve assino o Esporte Interativo para assistir NFL ou Liga dos Campeões, sem a necessidade de assinar a NET (hoje eu assino só por causa da ESPN) e abandono a TV tradicional de vez. :)

“Onde pula o comercial, manhê?”
@arthurklose

 

Moro há 2 anos fora de casa e há 2 anos não tenho TV. No meu último apto, assinávamos um pacote de TV a cabo mas não gastei dinheiro comprando uma TV pra poder assistir os filmes, séries e jogos que os canais do pacote ofereciam. Com meu Mac e internet, assistia aos filmes e séries que queria ( ❤ popcorn + netflix ). Depois que ensinei minha vó a mexer no Youtube, ela nunca mais comprou um DVD de costura na banca e já tem até seus canais e conteúdos favoritados. Há 2 meses estou em um apto no RJ com uma TV de X polegadas (ela é grande) e até hoje não liguei-a. E continuo assistindo todas minhas séries e filmes.

 

Para quem é geek, vai lembrar da célebre frase “Eu luto pelos usuários”, do filme Tron. Isso deveria ser o óbvio, se adaptar ao mercado para se adaptar ao usuário, não fazer ele se adaptar. Até a Playboy percebeu isso, e anunciou que não ter mais ensaios nus a partir de 2016. A HBO também percebeu isso e está “virando a Netflix”, coisa que em 2013, quando a Netflix passou a ter mais assinantes que a HBO, alguém da Netflix falou: “Vamos virar a HBO antes que a HBO vire a Netflix”.

 

Déjà-vu? Que nada! A Netflix não ia sobreviver reproduzindo conteúdo de terceiros e nem a HBO vai ir muito longe se não permitir que seus usuários assistam o que quiser, quando quiser. Vivemos tempos corridos, com cada vez mais compromissos e mais telas e apps pra distrair nossa atenção. Não posso parar minha vida para assistir às XXhXX em ponto pra assistir algum seriado (e ainda ter que assistir aquele comercial insuportável a cada 15min), mas posso tirar uma madrugada pra assistir alguns episódios seguidos. Não posso assistir aos jogos do meu campeonato favorito só quando estiver em casa ou pagando um pacote que vou ver um ou outro jogo. Quero poder assistir no celular, a caminho de casa, ou deixar em segundo plano no navegador no trabalho, seja numa qualidade baixa ou só pra ouvir. E não sou só eu que quero. Fãs da NBA, NFL e MLB também.

 

Você teria culhões para negar uma proposta 140% maior para explorar novos modelos de transmissão? Ballmer teve :)

 

E eles já perceberam isso, assim como o Esporte Interativo. Steve Ballmer (ele mesmo, ex-CEO da Microsoft) rejeitou uma proposta de US$60 MILHÕES da Fox (140% maior do que a atual) pelos direitos de trasmissão dos jogos do LA Clippers, time que ele é dono. Isso tudo para desbravar o mundo do streaming de esportes. A NFL fez um acordo com a Yahoo! para transmitir um jogo exclusivo que não será televionado. E diferente de filmes e séries, o streaming de Esporte tem algumas particularidades: o horário ainda permanece, mas apesar de ter hora para assistir (os principais jogos) quero poder assistir onde quiser (smartphone, tablet, web, tv…) e da mesma maneira que tenho liberdade para escolher em qual tela quero assistir, quero ter opções diferentes para pagar por esse conteúdo. E ainda há muito o que se explorar em conteúdos que não são ao vivo, pois ainda não existe uma “fórmula definida”.

 

Já falamos disso no nosso último artigo: O que é novo, é diferente, incomoda (e incomoda muito). Estamos em 2015, o mundo mudou e a internet quebrou barreiras que antes só eram descobertas via revistas e/ou programas de TV. Assim como N revistas quebraram e algumas outras estão tentando descobrir um novo meio para passar suas mensagens, as operadoras/canais precisam entender que existem N meios e não apenas um meio para passar suas mensagens, sejam elas via novelas, seriados ou campeonatos. Mais uma vez batemos na mesma tecla: Não é justo ser 'obrigado' a pagar algo em um modelo que você não é o maior beneficiado (seja táxi ou TV paga) para poder consumir um determinado serviço/produto.

 

Por: 

Head of Mobile UX at Esporte Interativo

 

Fonte: LinkdIN

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